Embalagens X Esterilização – Microbiológica

Embalagens X Esterilização

Embalagens X Esterilização

A esterilização é um dos processos mais importantes se não o mais importante para o sucesso de uma análise microbiológica por exemplo, também para a eficácia dos medicamentos no caso das indústrias farmacêuticas e além da segurança para os pacientes e profissionais na área hospitalar. Processo que visa a destruição das formas de vida microbiana.

Para a aplicação deste processo existem várias possibilidades de aplicação, dependendo da necessidade, pode ser utilizado com equipamento com vapor saturado, óxido de etileno, mas qualquer que seja a forma de aplicação que se escolha, irá exigir o uso de embalagens adequadas, que sejam de qualidade e que atendam aos órgãos reguladores.

Há uma variedade de embalagens disponibilizadas: com indicador no filme, com indicador no papel, em papel crepado, em SMS (Spunbond Meltblown Spunbond), caixa metálica inoxidável, tecido de algodão e papel Kraft.

Desta forma é muito importante que no momento da escolha o profissional seja treinado e tenha conhecimento específico quanto a diversidade de materiais e realize a seleção adequada da embalagem, garantindo a qualidade e segurança do item a ser esterilizado e posteriormente seu uso; e também  a garantia no tempo de esterilidade do produto em prateleira, constituindo uma eficiente barreira microbiana e que impeça sob condições específicas a migração de microrganismos do meio ambiente para o interior da embalagem, colocando em risco todo o processo de esterilização.

A seleção da embalagem deve levar em consideração o tipo de equipamento que será utilizado, o ciclo de esterilização empregado e o material a ser processado. Também deve ser observar as recomendações da Associação Brasileira de Norma Técnicas (ABNT) através da Comissão de Estudos de Normatização de Embalagens.

Quanto ao tempo de validade da esterilização, considerando fatores como: tipo de invólucro utilizado, local e condições ambientais de armazenamento, o Ministério da Saúde pode colaborar em tempos estipulados por este órgão.

Já as Boas Práticas para processamento a Resolução RDC nº 15 de 15 de março de 2012 dá as orientações.

Cuidado e atenção se fazem necessários, para os “improvisos”, quanto ao uso de plásticos que são adotados como embalagens para esterilização, pois nem todos são adequados a este uso, bem como o uso do “tecido não tecido” (TNT) comum, aquele vendido para utilização em artesanatos, vale lembrar que o “não-tecido” utilizado por exemplo como campos cirúrgicos são cuidadosamente produzidos para fornecer a barreira microbiana adequada.

Os improvisos podem gerar riscos, liberando substâncias tóxicas ou mesmo a falta de barreira microbiana levando à contaminação durante o armazenamento.

Abaixo algumas vantagens e desvantagens importantes para ajudar na seleção do uso de embalagens para esterilização de material:

  • O Tecido de Algodão é de baixo custo e memória, mas não é resistente à umidade, tornando-se vulnerável a contaminação, sua durabilidade pode chegar até 65 reprocessamentos;
  • A Caixa de Metal é inoxidável em sua composição traz uma termoresistência, além disso ela proporciona melhor organização por exemplo nos centros cirúrgicos, porém apresenta custo elevado e podem apresentar risco de falha na vedação e exigindo uma inspeção visual constante;
  • O Papel Grau Cirúrgico tem baixo custo e de fácil visualização, possui indicador químico monoparamétrico impregnado, no entanto seu uso é contraindicado na ausência de filme transparente em uma de suas faces;
  • O Papel Crepado é impermeável à água, álcool, éter, é 100% biodegradável e reciclável, possui uma alta filtragem microbiana, porém apresenta uma baixa resistência mecânica, podendo furar ou rasgar com muita facilidade;
  • O Tecido não Tecido tem uma excelente barreira antimicrobiana, alta permeabilidade aos agentes esterilizantes, é maleável, possui resistência mecânica. Mas traz uma certa dificuldade na detecção da integridade da embalagem além de não ser biodegradável.

Lançar mão em algumas dicas pode ser fundamental para contribuir na tomada de decisão em conformidade:

  • O reuso para alguns tipos de embalagens que se destinam ao uso único é uma infração sanitária;
  • Por mais que se tenha feita a escolha correta quanto as embalagens, o uso de autoclaves devidamente registradas na ANVISA e que tenham passado pelo processo de qualificação é essencial;
  • Comprar somente embalagens fechadas para que se tenha a validade do produto, sua procedência e rastreamento, “fuja” dos produtos “a granel”;
  • Tenha cuidado com “Efeito Memória”, ou seja, uma vez feito a dobra, o material não se ajusta a uma nova dobradura;
  • Mantenha todo seu processo de esterilização validado;
  • E o uso de Papel Kraft não é permitido pela ANVISA (RDC 15/2012).

É primordial que todos esses cuidados sejam adotados aos processos de esterilização, para a garantia de um processo com qualidade, segurança e eficiência, evitando a contaminação seja no armazenamento, transporte ou durante a manipulação, para que qualquer falha não cause ônus para o paciente, para os profissionais, aos produtos e a outros processos.

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